Saturday, June 27, 2009

Lampreias

Cheio de fome lá fomos nós (eu e Miguel) comprar pão ao bairro dele. Já é normal conhecer a vizinhança toda do Miguel, com histórias de pitbull´s, cães esfregona ou gatos excitados. Mas desta vez nenhum animal teve a ver com a situação. Minto.
Quando o Miguel (com os seus sempre demoradíssimos pagamentos) se apercebe que não tem dinheiro, sai da padaria à procura de uma caixa multibanco. Lá me sentei à espera dele e decidi meter conserva com o padeiro. "Parece que piorou o tempo...."
Após uma longa demora, com uma mensagem: "Vou a casa buscar dinheiro." chega o Miguel e depara-se com o melhor momento da conversa.
PADEIRO: "A melhor maneira de matar uma lampreia é com um saco de sarrabulho(nao me lembro se era esta a palavra) e com o dedo dentro da goela dela! Pegamos num balde com água bem quente! E manda a lampreia lá prá dentro!"
VELHOTA (que entretanto também já estava na conversa, mas não na mesma): "Aiii e nós as duas tinhamos um balde cheio de lampreias, e sabiamos que não podiamos ir lá brincar, mas saltamos pra cima das mesas, e as lampreias saltaram!E eramos nós as duas a correr!"
PADEIRO:" E volta a tirar a lampreia, e metes a lampreia de novo!"
VELHOTA: "E já ninguem conseguia por as lampreias no balde!E nos a fugir!"
MIGUEL:"Ehhh era pa pagar.."
PADEIRO"E volta a por lá dentro, água bem quente!E tira e sai toda descascadinha, sem pele! Ficas é com o dedo vermelho dos dentes dela!"
PIPO:"hahahaha Miguel, espera,espera!"
Passados uns momentos de euforia, lá conseguiu o Miguel pagar o pão com uma nota de 50 euros e pude despedi-me do padeiro, com promessas de ir exprimentar as especialidades culinárias da terra dele (algures no Minho).

Monday, June 15, 2009

Nacionais de Remo (Montemor-o-velho)

Venham eles...Mais tempo a trabalhar do que dentro de água!
Nem mesmo com doping ganhava aquilo! Dois quilómetros de prova não é pera doce! Entradas e saídas. Lá vamos nós para a partida!



Wednesday, June 10, 2009

Double


Hmmm...estou quase a passar esta missão, será que saio de casa para ir ao remo? É melhor, tenho uma prova daqui a 3 dias.
(30 minutos depois) Onde está o raio do autocarro? Porra, é feriado....
(passados 20 minutos a pé e 20 de metro)
"Borá lá pó double!O Filipe nunca andou, e tem que experimentar pelo menos uma vez antes da corrida!"-disse o coach.
Até estava com aquela pica.....mas o rio estava violento para um barco de 7000 (euros ou contos?); totalmente em carbono; e com um peso aproximado de 14 quilos não próprio para aquelas águas. Ainda assim,sem pestanejar, entrei com o meu parceiro.
"Bolas já senti uns salpicos!"-exclamei.
"Continuaaaa, não pares!"-respondei o Galitos cheio de convicção.
"Bolas já tenho os ténis molhados!"
"Não pares de remar!"
"Epá tá a entrar água!"
"Bora, rápido, até as docas!"
Chegámos a tal ponto, que estávamos a remar com o double ao nível do rio e as ondas já nos batiam na cabeça. Até ai não corríamos risco de vida, o pior foi quando a água começou a entrar dentro da proa, algo que não deveria acontecer. Eu já parecia que estava em cima dum submarino e os remos já não se viam.
"Vamos ter que saltar!"
"Pois vamos!"
Nadámos muito, muito mesmo, com ténis, roupa, e a empurrar o raio do double desde o meio do Tejo até uma doca com pescadores. Subi as escadas (, daquelas ferrugentas; jamais usadas, no meio de uma parede rochosa perpendicular à água) tirei os ténis e a t-shirt e saltei de novo para a água.
"Olha que isso não é fundo!"
Ao entrar dentro de água não me preocupei com a profundidade, mas com o facto de me ter esquecido de tirar as meias. Já num estado, ridículo, atirei as minhas meias (pesadíssimas) e quase que matava um pescador. O novo objectivo era nadar até encontrar um pontão qualquer para retirar o fragilíssimo double. Ao pegar no double para dar tempo ao meu companheiro de natação se apoiar nas escadas, chegou o Tó, o nosso treinador, num daqueles barquitos para iniciantes. Barcos esses que têm muito mais estabilidade. Não é que o Tó decide voltar a enfiar-se no double e, entregar-nos o barquito para voltarmos... Deitei-me logo em cima do barquito, apesar de desconfortável, pois já estava cansadíssimo. Desejei sorte ao Tó e aos meus ténis e roupa e tentei relaxar incentivando o Galitos, a remar de novo para o nosso nunca tão longínquo clube. Claro que o Tó se afundou e entrou cada vez mais no meio do rio. O nosso barquinho praticamente não andava com o peso. Enquanto a tripulação dum barco à vela passava pelo treinador dizendo adeus, e acenando com um dedo apontado para o céu, o Tó apontava o seu dedo para o inferno, e os tripulantes percebem que ele estava em sarilhos. O veleiro atira uma corda e inicia o reboque. Claro que levar um double cheio de água no rio bravo puxado por um barco não é fácil, mas o caparro do coach ajudou. Eu tive a inteligente ideia de ir nadando e empurrando o barquito com o Galitos lá em cima. Já não sabia se ia morrer de cansaço ou de tanto rir e de pirolitos engolir. A minha dúvida terminou, quando decidi, para acelerar a nossa chegada, nadar até ao pontão mais próximo. Sim, ia morrer de cansaço.Vi a minha vida a andar para trás e, mesmo quando só faltavam um metros, tive medo de ser esborrachado pelas ondas contra as paredes do pontão. Frustrado, pelo ar indiferente dos pescadores, que olhavam para mim continuando a por iscos e a atirar os anzóis para a água à minha frente e, já só com o meu instinto de sobrevivência activo, subi umas escadas ainda piores que as outras... Agradecendo a todos os deuses que conhecia, deitei-me instantaneamente no asfalto mais próximo arfando que nem um cão.
"Donde é que você veio?"-Perguntou um de dois jovens
"ahrff arfffh arfhfhh"
"Do outro lado do rio?"
"....."
“Voçê está bem?”
"Não, quer dizer sim. Cansado. Epá, eu já lhe explico, espere só um bocado."
Após uma curta explicação, voltei para o clube, donde se via a cabeça do Tó na água a segurar o barco e a ser deixado perto do pontão pelo veleiro. Mais uma longa e difícil manobra teve que ser feita para tirar o barco (cerca de 30 minutos) por umas escadas lá perto, com umas sete pessoas a ajudar.
Já a lavar o barco e a desmontá-lo vira-se o Tó e diz: "Epá agora a água é que tá boa, queres ir remar Filipe?"

Tuesday, June 09, 2009

Tuesday, June 02, 2009

Fogem eles ao conhecimento com medo de se tornarem sérios?
No words, no photos, nothing but memories...